31 março 2006

Quando Nietzsche Chorou - Irvin D. Yalom

Este é um dos casos em que comprei um livro simplesmente pelo título sugestivo e pelo interesse provocado por uma rápida passagem de olhos pelo pequeno texto da contra-capa. Em resumo, resolvi arriscar.
Desde há algum tempo que a personagem Nietzsche me tem suscitado algum interesse, mas até agora ainda não tinha lido nada de/sobre ele.
A seguinte passagem do livro "Assim falava Zaratustra" (fica explicado o nome do blog) serve de aperitivo para o romance de ideias que lhe procede:

Alguns não conseguem afrouxar as suas próprias cadeias e, não obstante, conseguem libertar os seus amigos.

Um homem tem que estar preparado para se queimar na sua própria chama: como se pode renovar sem primeiro se transformar em cinzas?


Tenho que dizer que aprecio as qualidades físicas deste livro, tanto a textura da capa, como das folhas do seu interior (ásperas). Quando ao cheiro não dou nota 10, mas não é mau de todo. O preço capa está em 18.85€, mas com os descontos da praxe conseguimos levá-lo para casa por 16.97€.
Quando ontem peguei no livro, na esperança de me ajudar a adormecer, só consegui apagar a luz eram já três da manhã (tinha de acordar às sete). Lê-se com bastante fluidez mas distingue-se daquele género ligeiro que nos dá a sensação que estamos só a encher chouriço, ou seja, a encher os nossos neuroniozinhos com lamechices e outras tretas que não servem para nada. A forma como este livro agarra o leitor aproxima-se do poder do best-seller "Código da Vinci" (muitos vão detestar esta comparação), mas quanto ao género em si distingue-se do mencionado. Na verdade, a natureza do livro faz-me lembrar, por vezes, o meu querido "Imortalidade" do Kundera. Ou seja, não é daqueles livros que temos de os ler num daqueles dias em que o nosso Q.I. está especialmente forte, mas também não é daqueles tipo novela das oito (nove e tal).
O 1º capítulo resume-se a um pequeno-almoço em Veneza (fiquei com uma enorme vontade de voltar) e de resto, até agora, a "acção" desenrola-se em Viena (será que é desta que me vou apaixonar por esta cidade?).
Para servir de teasing, deixo-vos esta frase presente no 2º capítulo:

Conversámos sobre a relatividade do bem e do mal, sobre a necessidade de se libertar da moralidade pública de modo a viver moralmente a religião de um livre-pensador.