03 setembro 2008

A Peste Escarlate - Jack London (1912)

Ligeiramente mais leve que os restantes livros desta colecção, A Peste Escarlate entreteve-me bastante no início das férias que agora terminam (espaço para um suspiro prolongado). Reconheço em alguns escritores norte-americanos um estilo a que geralmente apelido de cinematográfico e de facto a escrita de Jack London tem um ritmo de 7ª arte, envolvendo-se em paisagens e personagens que com prazer compomos recorrendo ao nosso imaginário. Lembrou-me filmes como Eu sou a Lenda ou O Acontecimento e cheguei mesmo a suspeitar que o Shyamalan ter-se-á inspirado neste livro, mas atenção, quem não gostou do filme não renegue à partida o livro. Fácil e rápido de ler, sustentado numa ideia original, tendo em conta que foi escrito há quase 100 anos, recomendo a todos.

O Ingénuo - Voltaire (1767)

Interessante mas nem por isso fascinante, O Ingénuo acaba por ser a epopeia de um hurão puro e frontal por terras europeias, resumida em menos de cem páginas. Gostei especialmente do final que de seguida transcrevo:

" O velho Gordon viveu com o Ingénuo até à hora da morte na mais íntima amizade; teve também uma abadia e esqueceu para sempre a "graça eficaz" e o "concurso concomitante". Escolheu para divisa: Para alguma coisa serve a infelicidade.
Quantos homens de bem no mundo terão dito: A infelicidade não serve para nada! (pág. 93)"