07 março 2011

Matteo perdeu o emprego - Gonçalo M. Tavares (2010)


Quem preconizou que eu ia gostar deste livro, acertou em cheio! Palavras para quê? O homem é um artista. A todos os que leram Jerusalém e gostaram, aconselho vivamente a pegarem neste livro e a devorarem-no numa bela tarde soalheira de Inverno.
Apetece-me ler GMT até enjoar. No 3º capítulo entendi a lógica dos nomes, preocupada em como os ia decorar, e fiquei contente como uma miúda, quando provavelmente a maioria descobriu isto mais cedo (bastaria olhar com atenção a contra-capa).
As fotos de manequins dos anos 80 são macabras e inicialmente deixaram-me bastante desconfortável, mas com o tempo fui-me habituando e passaram a ser um apoio curioso no reconhecimento dos personagens. É um livro sobre lixo, prostitutas, ordem vs caos, racionalidade vs loucura. Continua a ser evidente um certo gosto do GMT pela Matemática talvez para servir de porta-estandarte para a racionalidade. Achei piada à analogia geométrica feita pelo próprio autor, relativamente a esta obra, quando já eu tinha tentado fazer algo semelhante em relação ao Jerusalém, aqui neste blog, há uns tempinhos atrás. Espero viver tempo suficiente para o ver ganhar o Nobel.

"O controlo, sempre essa ansiedade." (p.189)

E para me pôr a explorar as funcionalidades de um site recomendado por uma amiga, aqui fica o meu esquema de popplets, relativo ao encadeamento das personagens deste livro... uma pequena brincadeira.

2 comentários:

PJF disse...

Obrigado! Eu tenho lá em casa o "Viagem à India", ainda não lhe peguei. Não fora a temática em geral tão negra, até seria tão entusiasta como tu.

Zaracotrim disse...

Quando terminares o Viagem à India, diz alguma coisa...