
Desta vez não vou passar nenhuma frase que tenha gostado (não é que não tenham existido), mas acontece que com esta história ficam mais imagens bem gravadas na memória (a biblioteca da Sra. Saeki, o frigorífico do JW, a cabana no meio da floresta, etc.), do que propriamente frases filosóficas interessantes, por isso vou-me restringir a copiar o que está escrito na contra-capa que só depois de ter terminado o livro fez completo sentido para mim:
"Sou livre. Fecho os olhos e penso com toda a minha força na minha nova condição, ainda que não esteja bem certo do que significa. Tudo o que sei é que estou completamente sozinho. Desterrado numa terra desconhecida, como um explorador solitário sem bússola nem mapa. Será isto a liberdade? Não sei, confesso, e às tantas desisto de pensar nisso."
... e porque o livro é sobre a liberdade, posso finalmente dizer, gostei. Além disso, sempre deu para conhecer mais um pouco da misteriosa cultura nipónica que, cada vez mais, tenho curiosidade em aprofundar.
PS: Não é que me desagrade totalmente esta nova editora (Casa das Letras) mas as gralhas ao longo do livro são mais que muitas. Não é que tenha encontrado erros ortográficos graves, mas conjunções quer repetidas quer fora do lugar, sílabas a menos ou a mais, etc. Na página 268 há uma frase que não percebi e pergunto-me se é ignorância minha ou mais alguma lacuna na impressão portuguesa.
4 comentários:
As 300 "normais" não te cativaram mas quando a coisa começou a azedar é que te começaste a entusiasmar!!!
Duas explicações/comentários possíveis:
(+) Fartos de ler coisas normais estamos nós, daí a perda de interesse.
(-) Ficar entusiasmada por situações sem sentido poderá ser estranho ou mais ainda...
Agora a sério, a cultura nipónica nunca me fascinou grandemente mas nunca fui nem sou grande conhecedor. Talvez uma viagem à terra do sol nascente através deste ou doutros livros mude a minha opinião.
Ouvi dizer que estarás na posse dum exemplar raro! Fico à espera do resumo...
O comentário ao exemplar raro chegará em breve :)
Ao princípio parece tudo muito normal, banal, "nada" acontece. Mas se a estória parece normal, a frieza e transparência (do modo de escrita e da própria narrativa) com que é contada deixou-me desconfiado; debaixo daquilo tudo devia de haver um turbilhão de "coisas" a fervilhar. Continuamos durante muitas dezenas de páginas a penetrar naquele iceberg até que chegamos a uma floresta onde podemos andar nús, a uma praia que nos faz sonhar e começamos a controlar o espaço e o tempo e a confundir-nos com a realidade das coisas, criando uma realidade só nossa que nos permite ser livres.
"É melhor dormires um bocadinho", diz-me o rapaz chamado Corvo. "Quando acordares, já farás parte de um mundo novo em folha."
Às tantas, acabas por adormecer. E, quando acordas, tornou-se realidade.
Fazes parte de um mundo novo.
Finalmente! Há muito que aguardava por este comentário. Curioso teres falado de uma certa desconfiança ao leres as primeiras centenas de páginas. Provavelmente o mesmo se passou comigo e por isso mesmo não desisti dele.
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