Apaixonei-me por este livro mal o vi: título sugestivo, imagem de capa enigmática, corpo do livro dividido em cadernos, ora de folhas brancas ora de folhas amarelas. Estas mariquices fascinam-me:)
Pois bem, o Mia Couto não me desapontou e bem ao estilo dele esta história é um bolo de realidade e imaginário muito bem batido. O final é tão (ou tão pouco) revelador que ainda agora estou a tentar tirar as minhas próprias ilações sobre o que realmente se passou ao longo das 382 páginas - vicio irritante do ser humano.
Como é costume, deixo-vos com um pequeno mimo deste livro - um trecho de um diálogo entre Mwadia, personagem principal (e única?!?!) deste enredo, com o seu padrasto, Jesustino Rodrigues, o alfaiate reformado de Vila Longe, de descendência indiana:
- Esse poente, esse poente! Você usava aquela outra palavra que eu gostava tanto, como era?
- Crepúsculo.
- Era isso mesmo, crespu... diga lá outra vez!
- Crepúsculo.
- Maravilha, disse Rodrigues, soletrando repetidamente a palavra. E suspirou: Estou para aqui todo crepuscalado.
Sem comentários:
Enviar um comentário