18 abril 2011

A Mentira Sagrada - Luís Miguel Rocha (2011)

Uma curiosidade primária fez-me comprar este livro e foi com algum desdém que o trouxe para casa - "Quem é este escritor português do qual nunca ouvi falar e é o primeiro no top do New York Times?". Muito desconfiada lá o comecei a ler, estando à espera de mais um discípulo do Dan Brown que ia bater na mesma tecla.
Quanto à técnica de escrita, não me enganei. Mantém os mesmos truques que Brown para nos agarrar que nem lapas ao enredo. Sem Jack Langdon, e com uma percentagem maior de contextualização histórica e menos floreados, gostei mas não faço questão de comprar mais um livro do moço já que pelos títulos as suas outras obras não fogem muito ao tema e o que é demais também enjoa. É inevitável que nos lembremos de Anjos e Demónios o que me fez lembrar que ainda não vi o filme (vivo no impasse entre o facto de não ter gostado da versão cinematográfica do Código e a opinião quase generalizada que o 2º é melhor e não se compara). Recordo também com algum pesar que ainda não li nenhum livro do José Rodrigues dos Santos, ao contrário de várias pessoas que me rodeiam, o que tem vindo a ser uma falha enorme no meu reportório.
Esta escolha foi óptima para ganhar um ritmo de leitura nestas "férias" que estão a saber que nem ginjas e tendo em conta que se despacha facilmente em 4 dias, é uma opção válida, e muito apropriada tendo em conta o tema (referiro-me à Páscoa e não à revolução de 2ª), para o fim-de-semana prolongado que se avizinha.

"A carruagem ia cheia de pessoas. Executivos a ultimar gráficos e tabelas para usar numa qualquer reunião importante, como as eram todas, muçulmanos que falavam ao telefone como se fossem os donos do mundo, turistas, casais, solitários à descoberta, mulheres bonitas, homens lindos, uns que liam livros eruditos de um qualquer filósofo francês com um título deslumbrante ou monótono, outros que liam o bestseller do momento que falava de mentiras sagradas e segredos do Vaticano, Sumos Pontífices e escolhidos de Deus, crimes por resolver e ditongos de histórias mal contadas. "(p. 175)

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